A sequência e consequência de um raciocínio têm sempre presente um natural filosofar. Diga-se, uma filosofia. Há quem a apreenda, há quem a exercita, há quem a pense. Outros há, pura e simplesmente, que a dizem negar ou dispensar. Melhor, não são pessoas de filosofias. É gente que vive e sabe o que a vida requer, ou seja, a inteligência da utilidade. Não deixando de morigerar, rejeitam o pretexto filosófico em prol do êxito prático. Com desiguais razões, profundidades e densidades. O opinável discursivo digressiona, pois, entre a nitidez do propósito ou o sem rumo do factício. Seja qual for a inclinação, esta não será necessariamente coisa filosófica. Todavia, a inconsiderada filosofia nela não se acha, mas nela faz obra. Situados, posicionamo-nos então. Imobilizados no percurso normal da fixação emblemática do prévio ou, pelo contrário, resvalando nas réplicas moventes das ideias, das ações e das suas refregas. Sempre, mas sem exceção, em um deslocamento marcado pelo tempo que tornamos nosso e pelas circunstâncias que, nesse nosso, damos valor. Em síntese, pensando, configuramos um lugar e a ele incumbimos uma função. Seja esta de natureza privada, pessoal, social, ou bem mais elevada acima do dia-a-dia do contingente. Assumimos um comportamento, prático ou não, na sua real transparência e material verdade. Contudo, sempre caminhando, nem sempre certos, do caminho tomado. Afinal, nesse longo percurso onde a singularidade nos aparenta qualidade solta, sem liames, e sem história. Por outras palavras, sem um todo que em nós habita, nos tece e entretece. Acorrentados, pois então, a uma lógica de espera que, bastando-se a si própria, de nada serve a não ser à própria espera. De uma obra comum, que num outro e longo tempo histórico, nos esclarece teimosamente irresolvida. Por conseguinte me interrogo; onde estamos? Ou melhor, onde estamos ainda?
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