Existir é ser, é viver, é estar. É afastar-se da corrida incessante e da rivalidade estereotipada que nos define. É ousar abraçar a simplicidade e, a partir dela, criar uma arte de experimentar a vida, redescobrindo o essencial enquanto resistimos ao desatino e à superficialidade do mundo.
A simplicidade, contudo, não tem um caminho fácil. Ela não
segue a rota da competição, nem cede ao egoísmo das aparências. Ela dispensa o
espelho, esse reflexo vazio que a vaidade alimenta, e recusa o mundo que se
encanta com a superficialidade. Em tempos em que a sociedade valoriza as
aparências e se inquieta com a naturalidade, a simplicidade se impõe como
resistência à futilidade do que é efêmero.
É necessário lembrar constantemente o vazio que a vaidade
nos impõe e o quanto ela nos afasta da busca genuína pelo que é verdadeiramente
essencial. Sem as amarras da vaidade, a simplicidade se torna uma força
resistente ao sistema competitivo que domina nosso tempo. Ela rejeita o abuso
da competição e a presunção vazia que nos distancia da verdade.
Ao fazer essa transição do Ego para o essencial, a
simplicidade revela-se como uma chave para a decifração da armadilha da
superficialidade. Entre a vaidade e o essencial, a simplicidade nos guia para o
terreno da ética, desafiando o egoísmo e as ilusões que a sociedade moderna
perpetua. Em um mundo de espelhos e aparências, ela nos lembra das verdades
que, mesmo incômodas, não nos abandonam.
Por mais que nos esforcemos em racionalizar, a simplicidade
não pode ser dissociada dos campos ético e estético. Portanto, é imperativo
afastarmo-nos da artificialidade e abraçarmos uma vida mais autêntica, imersa
no que é verdadeiramente essencial. O "Simplesmente", que no título
chama atenção, não é apenas uma palavra, mas uma convicção da simplicidade na
sua forma mais pura e profunda, que nos desafia a existir sem as camadas do
supérfluo, buscando o que é essencial e verdadeiro na nossa experiência de
vida.
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