sábado, maio 10, 2025

A ÚLTIMA LIBERDADE

Vou hoje pensando, a experiência de vida vai ajudando, que a liberdade de pensamento é algo bem mais complicado do que ao longo do tempo imaginei. Essa liberdade depende, estou certo, da saúde da nossa mente. Da cabeça que persistentemente duvidamos, desconfiamos, colocamos à prova. Não se trata apenas de desbloquear intenções, resolver conflitos, interpretar impulsos. A liberdade verdadeira, essa que sempre sonhei como criativa e expansiva, exige mais.

Sempre me interroguei sobre o que seria um pensamento livre, pessoal, verdadeiramente independente. Não aquele que apenas reage, mas o que emerge com sentido próprio, alargando o imaginário, abrindo o campo simbólico. Uma cabeça inspirada no afeto do apreço e do conforto, eis o que sempre busquei. Um estado interno capaz de dar energia e confiança à criatividade da personalidade, que sinto como a finalidade, primeira e última, da minha vida pessoal.

Assim, fui-me afastando, sempre que pude, de um mundo silenciosamente patológico, mergulhado em relações doentias, adormecidas por múltiplos cinismos e pelas opiniões geralmente aceites. Sempre procurei “separar águas”, encontrar caminhos outros, mais íntegros, mais humanamente valiosos.

Algo fui aprendendo, sobretudo nas experiências vividas no campo emocional e relacional, terreno fértil, embora muitas vezes doloroso, onde se cresce mentalmente. Aprendi de um modo intensamente vivido que a verdade caminha com a liberdade. Enquanto a mentira, sorrateira, escapa através da manipulação e se mascara de consenso.

A fé que me vai restando reside na capacidade humana de reconstruir o mundo social. De inventar, ainda e sempre, uma cultura que incremente a liberdade verdadeira, aquela que nasce da mente lúcida, do afeto genuíno e do risco corajoso de ser. A Última Liberdade é, assim, um título forte, simbólico e profundamente alinhado com o espírito do texto. Ele carrega um eco filosófico, quase existencial, que convido o leitor a refletir desde o primeiro olhar. Ao justificá-lo no fim, acrescento o seu sentido, como quem fecha um ciclo com consciência e intenção.

Sem comentários:

Enviar um comentário