terça-feira, junho 10, 2025

UM IMPULSO DIALÉTICO DO MEU “FILOSOFAR”

Sinto-me afetado por uma perceção severamente pessimista de uma razão que acompanha este evoluir civilizacional. Pressinto, pois, que uma vontade cega domina o mundo farolizado por uma racionalidade sem humanidade. Tudo me aparece como um hábil subterfúgio sem doutrina e disciplina filosófica.

Referenciar, para mim, não implica endossar sancionando toda uma filosofia. Opera, pois, de constituintes que tornam possível aclarar as aporias do ruído moderno, sobretudo aqueles que legitimam e transfiguram em sujeição. O gesto crítico não procura figuras de opressão ou humilhação, mas sim o valor instrumental que alimenta e incentiva a cultura de massas.

A teoria crítica não pode exaurir-se no silêncio do dogma nem se acomodar em seus próprios pressupostos. O campo crítico exige disponibilidade autocrítica, no sentido de atualizar continuamente a própria teoria que o anima. Não há retornos nostálgicos, mas futuros vivos que, em sínteses dialéticas permanentes, mantêm a razão em estado de “recomposição”.

A cultura política não deve ser entendida apenas como filiação, mas sim como inscrição transitória num campo de tensões. Ou seja, uma atitude crítica viva que se incentiva de contrastes e contradições tendo como presente o progresso da humanidade. Diria que a filosofia, neste campo, não é um sistema fechado de verdades, mas um movimento perpetuamente em confronto constante com os seus próprios limites. 

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