Sinto-me afetado por uma perceção severamente pessimista de uma razão que acompanha este evoluir civilizacional. Pressinto, pois, que uma vontade cega domina o mundo farolizado por uma racionalidade sem humanidade. Tudo me aparece como um hábil subterfúgio sem doutrina e disciplina filosófica.
Referenciar, para mim, não implica endossar sancionando
toda uma filosofia. Opera, pois, de constituintes que tornam possível aclarar
as aporias do ruído moderno, sobretudo aqueles que legitimam e transfiguram em
sujeição. O gesto crítico não procura figuras de opressão ou humilhação, mas sim
o valor instrumental que alimenta e incentiva a cultura de massas.
A teoria crítica não pode exaurir-se no silêncio do dogma
nem se acomodar em seus próprios pressupostos. O campo crítico exige disponibilidade
autocrítica, no sentido de atualizar continuamente a própria teoria que o anima.
Não há retornos nostálgicos, mas futuros vivos que, em sínteses dialéticas
permanentes, mantêm a razão em estado de “recomposição”.
A cultura política não deve ser entendida apenas como filiação, mas sim como inscrição transitória num campo de tensões. Ou seja, uma atitude crítica viva que se incentiva de contrastes e contradições tendo como presente o progresso da humanidade. Diria que a filosofia, neste campo, não é um sistema fechado de verdades, mas um movimento perpetuamente em confronto constante com os seus próprios limites.
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