sábado, agosto 16, 2025

APENAS EXPONHO A SIMPLICIDADE

Sim, insisto, a simplicidade não é pobreza. A simplicidade de que falo é uma liberdade diante do excesso que escraviza. Não é, também, negação da complexidade humana, mas sim clareza contra o equívoco inventado neste mundo, e neste tempo, que transforma o consumo em dogma e a simplicidade em resistência. Sim, neste mundo e neste tempo em que o acúmulo de uns se empertiga sobre a miséria de muitos e a simplicidade se mostra justiça. Sim, nesta Terra consumida pela sovinice do lucro e a simplicidade se torna condição de sobrevivência. Daí, a simplicidade reverte-se em ética porque se liberta do supérfluo, a estética revela o belo no essencial e a política abre espaço ao comum, ao justo e ao partilhado. Defender a simplicidade é recusar a mentira do ilimitado, é devolver dignidade ao humano, clareza ao viver e autenticidade à cultura. É fundar um outro horizonte, onde o poder não se mede pelo excesso, mas sim pela justa e salutar medida.

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