O debate do Orçamento de Estado deveria apresentar-se o espaço maior da responsabilidade e da inteligência política. Mas o que hoje se ouviu (e viu) da bancada do Chega foi o contrário: ofensa em vez de argumento, injúrias em vez de diálogo, afrontas em vez de confronto democrático.
Não se trata de divergências partidárias, trata-se sim de dignidade.
A democracia vive da pluralidade e do debate entre ideias, não da injúria
pessoal nem da humilhação dos adversários. O Parlamento é um lugar de serviço
público, não um palco para a exibição de egos feridos e ressentimentos
travestidos de coragem.
Quando o Chega reduz a política a um espetáculo de ofensas,
está a corroer em silêncio os pilares do regime democrático que diz insistentemente
defender. A violência verbal é o ensaio, um começo da violência política. A
banalização do insulto é o começo da destruição do respeito mútuo que sustenta
qualquer comunidade.
Como é óbvio, não é apenas a educação que está em causa, mas
sim a dignidade da representação democrática. O país precisa de deputados que
saibam pensar e dialogar, nunca de vozes que procuram desordenadamente baralhar
o alarido com a verdade.
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