No começo, as públicas maneiras de Marcelo, animadas e
desembaraçadas, adocicaram a minha precipitada empatia com um eu de um outro
que, afinal, não é o Marcelo, mas sim o seu mano Narciso. Sim, é a recreativa sumidade
deste que o leva deleitar-se e a arrebatar-se com os fogosos povaréus que teimosamente o assediam
e asfixiam. À vista disso, é o mano Narciso, e não o sóbrio Marcelo, como se testemunha
pela animada comunhão de beijocas salivantes, afagos aromáticos e proximidades descaradas.
Aliás, pela badalada e reconhecida insuficiência narcísica de Marcelo, ele só
pode ser um outro manifestamente oposto ao mano Narciso. Marcelo, creio eu, encolerizar-se-ia
na presença de um repetido e alvar riso de um qualquer e indistinto espelho
popular. Quem apadrinharia, então, essa ousada ideia que Marcelo e Narciso seriam
irmãos, ainda por cima gémeos? Ninguém, ou talvez apenas uns poucos acreditariam
naquele outro que se faz dois em um, em um outro que, afinal, se prestaria à carnavalesca
e burlesca calha. Que deus nos acuda se puder e se para aí estiver virado.
Contínuas em grande forma. Abraço
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